Boas vindas!

" O que propomos é a idéia de invenção como obra aberta, esforço coletivo que não tem autor. Para o seu desenvolvimento contribuem múltiplas mãos, múltiplas forças". (Eizirik)

Sejam Bem-vindos!



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Um relato que vale muito a pena publicar

Convidei a  professora Mariana  Rheinheimer, para escrever um relato sobre o trabalho que está desenvolvendo junto ao aluno Vinícius,17 anos, que tem paralisia cerebral, e frequenta uma turma de C20, com um projeto diferenciado.
Apresento a vocês este material produzido pela professora, agradecendo por sua disposição em contribuir com este espaço de expressão, construído para socializar belos trabalhos como este.
Agradeço ao Vinícius, por possibilitar-nos conhecê-lo, e  a sua família por ter autorizado a divulgação de  sua imagem.


" Ai de nós educadores se deixarmos de sonhar sonhos possíveis..." Paulo Freire


VINÍCIUS



DIFERENTE? ESPECIAL? SIM, TODOS SÃO!
INICIEI COM MUITA CURIOSIDADE E VONTADE. COM CURIOSIDADE, PORQUE NUNCA HAVIA TRABALHADO COM UM ALUNO COM PARALISIA CEREBRAL. COM VONTADE DE CONHECER SEUS DESEJOS, SUAS APRENDIZAGENS E SUAS DIFICULDADES. COM ELE TINHA A CERTEZA DE QUE MUITO APRENDERIA.
ELE? UM ADOLESCENTE CHEIO DE MEDOS E DESEJOS. UM SUJEITO QUE CONHECE SUAS HABILIDADES, MAS QUE DESACREDITA DE SUAS COMPETÊNCIAS. TALVEZ, DESACREDITADO POR TODOS.
SEUS DESEJOS? LER E ESCREVER.
EU? UMA PROFESSORA RECÉM FORMADA, COM A CERTEZA DE QUE TODOS SUJEITOS  APRENDEM E COM A CONVICÇÃO DE QUE CADA UM TEM O SEU TEMPO E O SEU JEITO.
COMO? PRIMEIRO PRECISEI TER SENSIBILIDADE E INTERESSE PARA COMPREENDER O QUE ELE DIZIA. DEPOIS POSSIBILITAR QUE ELE TIVESSE INTERESSE E CONFIANÇA EM MIM. PERMITIR QUE ELE ACREDITASSE QUE ERA CAPAZ TALVEZ TAMBÉM FOI PRECISO. DEPOIS? ENTÃO PROPOR ATIVIDADES DIFERENCIADAS QUE O POSSIBILITASSEM AVANÇAR EM SUAS APRENDIZAGENS.
APRENDI. APRENDI SUA LINGUAGEM ORAL, CORPORAL E SILENCIOSA.
APRENDEU. APRENDEU A TER INTERESSE PELOS SONS, PELAS COMBINAÇÕES DAS LETRAS E PALAVRAS.
COM O OLHAR EM MIM, BUSCANDO UMA AFIRMAÇÃO POSITIVA, SE PROPUNHA AO PLANEJADO. AOS POUCOS, SEM OLHAR, JÁ FAZIA.
COMO ELE DISSE UM DIA: LI! COMO? SEM QUERER!
SEM QUERER? EU E ELE QUISEMOS!
ISSO FEZ TODA A DIFERENÇA!
MARIANA RHEINHEIMER

sexta-feira, 10 de junho de 2011

RIR É ARRISCAR

RIR É ARRISCAR
Rir é arriscar-se a parecer tolo.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão aos outros é arriscar-se a se envolver.
Mostrar os seus sentimentos é expor a sua humanidade.
Expor suas idéias e sonhos diante do povo é arriscar a sua perda.
Amar é arriscar-se a não ser amado.
Tentar é arriscar-se ao fracasso.
Mas os riscos têm que ser corridos, pois o maior perigo na vida é não arriscar nada.
A pessoa que não arrisca nada, não faz nada, não tem nada e não é nada.
Pode evitar o sofrimento e o pesar, mas não pode aprender, sentir, mudar, crescer, viver ou amar.
Acorrentado por suas certezas e vícios, é um escravo.
Sacrificou o seu maior predicado, que é a sua liberdade individual.
Só a pessoa que arrisca é livre.
                                                   LÉO BUSCÁGLIA

Frases e pensamentos

"Não me façam ser quem não sou.
 Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente." 
                                                    (Clarice  Lispector)

 “Só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem no mundo e com os outros. Busca esperançosa também.”
                                           (PAULO FREIRE)

“ Aprender é um ato solitário e difícil por definição”( Chabanne, 2006)

“Devemos lutar pela igualdade sempre que a diferença nos inferioriza, mas devemos lutar pela diferença sempre que a igualdade nos descaracteriza”(Boaventura Santos, 1999.)

Objetivos da Política Nacional de Educação Especial,na Perspectiva Inclusiva

Os objetivos da Política Nacional de Educação Especial,na Perspectiva Inclusiva são:
  • Assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando os sistemas de ensino para :
  • garantir o acesso de todos os alunos ao ensino regular (com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados de ensino),
  • oferecer o AEE,
  • formar professores para o AEE e demais professores para a inclusão,
  • prover acessibilidade arquitetônica,nos transportes, nos mobiliários, comunicações e informação,
  • estimular a participação da família e da comunidade,
  • promover a articulação intersetorial na implementação das políticas públicas educacionais.
AEE Atendimento Educacional Especializado (2008)

Para ler e refletir

[...] nunca houve uma escola que recebesse todas as crianças, sem exceção alguma. As escolas sempre se serviram de algum tipo de seleção. Todas elas foram, cada uma à sua maneira, escolas especiais, isto é, escolas para crianças selecionadas. [...] assim, uma escola para todos nunca existiu. A escola inclusiva[...] tem se proposto a atender todas as crianças sem qualquer exceção. BEYER 2006, p 13

"A escola tem sido identificada como o lugar da infância na sociedade contemporânea. Local de socialização que amplia as relações iniciadas na família. Espaço de aprendizado de códigos linguísticos específicos que facilitam a comunicação e o acesso ao conhecimento." (Baptista,p7,2006)

Coleção Os outros e eu

A coleção "Os outros e eu", de Mymi Doinet e Nanou, da Editora LAROUSE Júnior, apresenta o personagem principal diante de situações delicadas embora comuns para para a maioria das crianças.
Suas histórias rimadas ajudam a criança a se conhecer e a superar dificuldades como a timidez e a insegurança.
Títulos desta coleção:





TICs: Tecnologias de Informação e Comunicação

As Tecnologias de Informação e Comunicação( TICs), propõe uma aprendizagem centrada no aluno, a estimulação multisensorial, o trabalho colaborativo, o acesso a multimídia, a troca de informação, a aprendizagem ativa,  exploratória e inquisitiva, o pensamento crítico, a tomada de decisões e a ação planejada entre outros.
Para isso, é preciso integrar o computador as atividades curriculares, transformando as práticas tradicionais e enfatizando a construção do conhecimento, explorando o potencial intelectual do aluno nas diferentes áreas, realizando sucessivas ações e reflexões.

"Saber ensinar não é transmitir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção."Paulo Freire




(Fonte: Livro Tecnologia Assistiva nas escolas)

Acessibilidade e desenho universal

O decreto federal nº5.296, define em seu artigo 8º que:
I- acessibilidade:condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços  de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação,por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida;[...]
V- ajuda técnica:os produtos, instrumentos,equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal total ou assistida;[...]
IX- desenho universal: concepção de espaços, artefatos e produtos que visam atender simultaneamente todas as pessoas, com diferentes características  antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável, constituindo-se nos elementos ou soluções que compõem a acessibilidade.

(Trecho retirado do Livro Tecnologia Assistiva nas escolas, do Its Brasil)

Definição da pessoa com deficiência segundo a ONU

O atual texto da Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência da Organização das Nações Unidas
define, em seu artigo 1 º, que "Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas" .
Seus princípios apontam para a não discriminação, a plena e efetiva participação, a inclusão na sociedade, o respeito pela diferença, a igualdade de oportunidades, norteando-se pela visão de acessibilidade em todas as suas dimensões.

domingo, 5 de junho de 2011

Recursos de Tecnologia Assistiva

Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento,de característica interdisciplinar, que engloba produtos,recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade,relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.  (Comitê de Ajudas Técnicas, Corde/SEDH/PR,2007).


O ISO 9999 define Tecnologia Assistiva, também chamada de ajudas técnicas, como:

[...qualquer produto, instrumento, estratégia,serviço e prática, utilizado por pessoas com deficiência e pessoas idosas, especialmente produzido ou geralmente disponível para prevenir, compensar, aliviar ou neutralizar uma deficiência, incapacidade ou desvantagem e melhorar a autonomia e a qualidade de vida dos indivíduos.

Recursos de internet acessíveis

A internet é uma fonte mundial de informação cada vez mais acessível a todos.
        Nela encontramos pessoas, imagens, serviços e diferentes conteúdos e recursos disponibilizados em sites, blogs, redes sociais e buscadores entre outros.
        Através dela, podemos conhecer pessoas, conversar com elas em tempo real e até ter encontros virtuais independentemente de onde estejamos. Realizamos cursos à distância como este.
É possível dizer que há liberdade de expressão na internet. Não há censura nem limite para os conteúdos divulgados, tornando-a um canal aberto e por vezes perigoso.
Há que se pensar neste recurso tecnológico como avanço nas possibilidades de comunicação e democratização do acesso a conteúdos antes restrito a poucos.

Tecnologias Assistivas: abrindo portas e janelas para a vida real

Escrevi este texto, para uma atividade do Curso de T.A. que estou realizando.
A  proposta era contar minha experiência utilizando Sistema DOSVOX. 
Partilho minha reflexão com vocês.

Livros de audiodescrição

Simplesmente diferente é uma coletânea de sete historinhas rimadas, inspiradas em pessoas reais e ensinam a enxergar a diversidade com mais naturalidade. O livro é editado pela J.J Carol e pela Fundação Stickel.
A ideia de audiodescrição é da especialista Lívia Maria Villela de Mello Motta. 
Na audiodescrição, todas as imagens são descritas de forma a serem compreendidas pelas crianças com deficiência visual. É descrito aquilo que compreendemos visualmente e que não está contido nos diálogos, como expressões faciais e corporais.
Vale a pena conhecer esta coleção!

sábado, 4 de junho de 2011

Coleção - O Avesso da gente

A coleção O Avesso da gente, de Eva Furnari, publicada pela Editora Moderna, é recheada de belas histórias.


Veja o que a própria autora diz sobre a coleção ( Lolo Barnabé- 2000)

Literatura Infantil e diversidade

"Um país se constrói com homens e livros" ( Monteiro Lobato) 
                                             
Muitos escritores tem utilizado o livro de história infantil e infanto-juvenil para tratar de temas como a diversidade, de diferentes maneiras.
São inúmeras coleções e títulos que buscam através do mundo encantado, da imaginação e fantasia, abordar conceitos e temas fundamentais para a sociedade atual.
Para nós professores, o uso da Literatura é um valioso recurso didático-pedagógico, que além de tornar o trabalho mais atraente  e significativo, possibilita a interdisciplinariedade entre as áreas do conhecimento.
Uma simples leitura pode gerar momentos ricos de debates e trocas entre os alunos promovendo a construção  e a elaboração de conceitos para as situações cotidianas de sua vida.

Língua Brasileira de Sinais

A utilização da Língua Brasileira de Sinais ( LIBRAS) é um recurso de grande importância para a comunicação da pessoa com surdez, porém,  especialistas afirmam que  a aquisição da Língua de Sinais, não é garantia de uma aprendizagem significativa. É necessário ao aluno o domínio de outros saberes que lhes garantam viver com mais independência, tornando-se um  sujeito produtivo.
Uma escola que se propõe inclusiva para a pessoa com surdez deve levar em conta que este aluno têm  o direito
de acesso ao conhecimento, à acessibilidade, bem como o Atendimento Educacional Especializado.
Embora não haja consenso sobre o melhor espaço de aprendizagem para a pessoa com surdez, sabe-se que o uso de LIBRAS é muito difundido em nosso país.

Declaração dos Direitos Humanos para crianças

O livro Declaração dos Direitos Humanos, adaptado por Ruth Rocha e Otávio Roth, é um material de fundamental importância a ser apresentado e explorado em nossas escolas.
Com ilustrações simples, mas ricas em significados, os autores pretendem divulgar os Direitos Humanos, tornando-os mais conhecidos, respeitados e obedecidos.
Para isso, nada melhor do que começar a caminhada pelo público infantil que além de muito receptivo é verdadeiro e desprovido de preconceitos.

Vale a pena planejar um momento para esta leitura na Escola.
O texto possibilita um rico debate sobre o assunto.

Livros em Braille

Cada vez mais, a escola vem realizando práticas de inclusão. Por  isso, não podemos mais negar esta realidade ou pior, achar que ela  é das outras pessoas.
Precisamos entender a inclusão como um processo que envolve toda a Escola e a comunidade.
É preciso vontade política para desenvolver Programas voltados a esta prática, além de demandar recursos financeiros para implementar  as ações demandadas.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O alfabeto Braille

O Sistem Braille é conhecido universalmente como código ou meio de leitura e escrita de pessoas cegas.
Baseia-se na combinação de 63 pontos que representam as letras do alfabeto, os números e outros símbolos gráficos.A combinação dos pontos é obtida pela disposição de seis pontos básicos, organizados especialmente em duas colunas verticais com três pontos à direita e três à esquerda de uma cela básica denominada cela braille.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sala de Integração e Recursos- Que espaço é este?

Com a finalidade de divulgar o Espaço Pedagógico da Sala de Integração e Recursos, recorri ao Plano Político Pedagógico da Escola que está em processo de análise pela Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre.


Apresentando a E.M.E.F. Nossa Senhora de Fátima



Localizada na Rua A, nº15, na Vila Nossa Senhora de Fátima, no Bairro Bom Jesus, a Escola atende cerca de 1.200 alunos, nas modalidades da Educação Infantil, desde o Jardim A, Ensino Fundamental e EJA.

Sonhos

"Quando se sonha sozinho é apenas um sonho. Quando se sonha juntos é o começo da realidade." Dom Quixote


A professora Maria Aparecida além de uma amiga maravilhosa é uma companheira de sonhos.

Na Escola partilhamos idéias e dividimos sonhos.
Juntas, elaboramos e assinamos o Projeto de Docência Compartilhada.
   

Projeto Docência Compartilhada

Ao final do ano 2010, surgiu a idéia de construir um Projeto de Docência Compartilhada para a Escola Fátima, na tentativa experimental de implementar uma nova ação pedagógica baseada em outras experiências da Rede Municipal de Ensino.
Lamentavelmente o Projeto não foi aprovado pela Assessoria Pedagógica da SMED/POA, mas valeu a tentativa e a intenção de propor construir uma história diferente em busca da Inclusão.
A integra do Projeto está postada abaixo.

Acessibilidade na Escola Fátima

A acessibilidade  é um assunto sério, que no ano 2010,  foi tema de estudo do Grupo de Robótica de nossa Escola.
Os alunos desenvolveram um Projeto de Pesquisa para estudar o assunto e conscientizar a comunidade escolar sobre o  tema.
O trabalho  foi motivado pelo Desafio Smart Move, um Campeonato de Robótica, cujo centro do estudo era a circulação de idéias e  pessoas pela comunidade onde a Escola está inserida.
Levando em conta o número de pessoas com deficiência residentes nesta região e a área irregular onde está localizada a Vila Nossa Senhora de Fátima e com a intenção de provocar ampla discussão  sobre o assunto  realizamos um conjunto de ações dentro e fora da Escola.

Uma aproximação apaixonante

Desde que cheguei na E.M.E.F. Nossa Senhora de Fátima, em 2003, iniciei um trabalho que se prolongou até o ano passado, em turmas diferenciadas.
Trabalhar com  estas turmas exige de nós professores um olhar voltado às diferenças, pois, mais do que ter um grupo de indivíduos diferentes como em qualquer sala de aula, temos aqueles sujeitos que foram pré-definidos com estigmas que lhes colocam  um degrau abaixo dos de mais.
No início do trabalho eu pensava no que haveria feito para  ir parar ali, com uma turma repleta de dificuldades, de todas as ordens.
Ao final do primeiro mês, estava apaixonada pelos alunos e agradecida pela oportunidade ímpar que me haviam dado.
Graças a esta trajetória em 2009, fui convidada a participar do Curso de Educação Inclusiva : Direito à Diversidade.
Este curso, abriu-me  as portas da Educação Especial, possibilitando uma aproximação apaixonante, ainda que brevemente, com esta modalidade de ensino e mesmo não sendo esta minha área de atuação, desde então, entendo melhor minha tarefa pedagógica junto aos alunos especiais.